desconfiado da existência concreta das coisas ao redor, ou , como diriam alguns teóricos, desconfiado da própria capacidade mental de processar a realidade, ele se sentou num banco público — embora desconfiado do banco, do lugar, ou, que seja, de si — para descansar, refletir e talvez tomar uma atitude.
“e se eu for apenas um personagem na narrativa de alguém?”, cogitou, como um dia cada um dos humanos deve ter suposto a mesma coisa. “pelo menos eu podia ser bonito, charmoso, seguro de mim.” porque as narrativas, pensou consigo, podem tudo. inclusive fazê-lo feio, desengonçado, com baixa autoestima. a realidade é seca e bruta como agosto em brasília.
adoro este tema. muitas vezes tenho a sensação de ser personagem de alguém ou de mim mesma, que sou narradora, personagem e leitora ao mesmo tempo. mas acho que se eu fosse personagem de mim mesma, seria diferente… um dia encontro o autor da minha narrativa e teremos uma conversa séria. haha! haja terapia. beijo.
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o leitor da sua narrativa devia ser quem convive com você (claro, além de você mesma)…
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também…
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seria o efeito de real, de barthes, às avessas? no caso, “o efeito de ficção”?
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haha, pode ser isso. e agora que estou lendo perder teorias, do enrique vila-matas, fico cheio dessas ideias vagabundamente teóricas…
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