de onde vem essa sua raiva das formigas, perguntei. elas invadem sem pedir permissão e entram no açucareiro, atropelam os pacotes, se apropriam da minha comida, ela disse. é o fato de fazerem isso sem autorização, insisti na pergunta. e acrescentei: porque eu também tiro açúcar do açucareiro, como biscoitos e cereais, repito pratos de comida e não vejo você brigar comigo, não por esse motivo, pelo menos. mas o fato é que a origem daquela raiva contra seres tão pequenos —- e tão silenciosos —- ela não conseguiu me explicar. pensei que gosto das formigas porque a elas não interessa a eficiência: caminham sempre como quem está numa espécie de deriva perpétua, ou como se estivessem bêbadas.
da pior espécie de bêbado: do tipo forte.
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pois é, por sorte são animais pequenos…
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certa vez cheguei em casa tarde da noite, e havia no meu quarto centenas e centenas de minúsculas formigas, atrás de uma bala meio aberta esquecida em algum canto. pequenas, silenciosas mas nada inofensivas! demorei algumas horas pra me livrar delas! tive medo que elas quisessem pedaços de mim, além da bala… são da espécie bêbado forte e ousado !
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elas poderiam querer pedaços seus se você for muito doce, ana.
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então faz todo sentido eu ter medo! 🙂 já perdi muitos pedaços para formigas! (quanta humildade, não?)
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