algumas conclusões curiosas

 

 

e aí você vai para casa e consegue dormir, sua vaca?, tive vontade de perguntar para a funcionária do cartório que informava sempre em forma de conta-gotas qual o próximo documento que faltava para realizar o negócio, de forma que eu era obrigado a voltar várias vezes em casa e de novo ao local. ela disfarçava a satisfação de atrapalhar a vida das pessoas numa cara de profissional indiferença. mas eu podia imaginá-la ao fim do expediente comparando com os colegas o número de otários que foram enviados de volta para casa sem atendimento. podia imaginar meu ódio e rancor pela sua trama macabra me fazendo chamá-la de vaca, o que não fiz porque uma placa advertia as penalidades para quem desrespeitasse funcionários. senti falta de placa de penalidades para o desrespeito aos clientes. foi então que me ocorreu uma ideia perversa: as pessoas que escrevem livros a respeito de atitudes otimistas diante do mundo deveriam ser obrigadas a escrever dentro de cartórios brasileiros, enquanto resolvem alguma questão pessoal.