mudanças na arte

 

 

“não dormir é meu palácio”

eucanaã ferraz

 

eram duas tangerinas, num prato de frutas depositado sobre uma faixa de toalha branca de crochê na velha mesa de madeira da sala de jantar. a luz do sol incidia na natureza-morta que, no caso, estava viva.

a cena de natureza-morta é sempre um estímulo para que se pense em morte, solidão ou tristeza, mas considerei que tudo aquilo era uma imensa bobagem e eu não ia ceder, não daquela vez, então saí da sala, com um sorriso, a sensação de vitorioso. havia conquistado meu cérebro para uma boa causa.