ritmo surpreendente da vida

 

 

é como entrar numa cidade desconhecida pela primeira vez numa tarde chuvosa.

você sabe que à sucessão de ruas se sucederão outras tantas e que aquelas pessoas que caminham pelas calçadas ou dirigem carros são parecidas com aquelas outras que moram na sua cidade de origem — e no entanto tão diferentes.

as lojas que você observa, curioso, a disposição das ruas e as frentes das casas que você enxerga, os nomes de estabelecimentos que existem com mesmo nome e os letreiros diferentes, inéditos, de cores que surpreendem.

a vida é outra, embora os trabalhos de amores, o ganhar a vida, beber cerveja, ouvir rádio, conversar com amigos, remoer ou resolver problemas, tudo sem grandes variações. mesmo os malucos têm as mesmas manias mais ou menos iguais aos malucos de sua cidade.

então é isso a vida, você pensa, entre constatação e pergunta. até mesmo o viajante que um dia entrou na sua cidade e te viu andando na calçada ou saindo do carro que estacionou é parecido com você agora, forasteiro, pensando essas mesmas coisas novamente. é, a vida é isso.