debaixo do meu chapéu danço samba, crio mapa de um território que ainda não existe. meu chapéu me destaca do texto público, me distingue. quando alguém apontar será “aquele cara lá de chapéu” ou “aquele, ao lado do cara de chapéu”. isto não é um cachimbo, é um chapéu, anuncio aos amigos, dois dedos apontados para cima, em direção à aba norte.
sem ele, sou menos eu mesmo, no mínimo mais baixo. minha mulher quis divórcio, ele ou eu. minha mulher, ou melhor, minha ex, não dança samba, danço eu, sob o chapéu, meu cartão de visitas para o mundo, meu abrigo, minha nota de destaque.
com ele não saio da trilha, só com ele posso sair do trilho.